Hoje meu marido está limpo há 9 dias! Pois é gente, o episódio
se repetiu no fim de semana retrasado.
Sábado, dia 23 de fevereiro, meu marido saiu para trabalhar
pela manhã com o nosso carro. Ele ñ me ligou nem antes e nem depois do almoço
como de costume, eu que liguei umas 12:30, ele estava meio estranho, parecia
feliz, eu perguntei: “Tudo bem, pq está falando assim¿” Ele respondeu q haviam
pessoas por perto e ñ podia falar direito. Normal, pq sempre brincamos no
telefone, ah... coisa de namorados.. Mas para tudo q eu falava ele concordava,
disse q queria levar nossa pequena no parque barigui, aqui em Curitiba, na
feira do bebê, ele logo disse q sim, vamos! Normalmente ele diria q era longe
blablabla e no final concordaria.
Mas nem suspeitei de nda. Me disse tbm q o
chefe dele estava em cima do trabalho naquele dia, cobrando bastante e q iria
ficar até as 14 hrs. Outra coisa q ñ era normal, pq ele ñ trabalha aos sábados,
só de vez em qdo, por isso seria difícil seu chefe ficar cobrando muito dos
funcionários. Maas nem liguei as coisas. Desliguei. Lá pelas 14:00 liguei
denovo e... “O nº q vc ligou esta fora de área ou desligado!” Frio na barriga! Meu
coração foi a mil em um seg. Já sabia q tinha algo errado.
foram palavras q me ajudaram muito nessa
hora. Postei em resposta:
Bom, ñ foi oq aconteceu, ele havia recaído!!
Logo depois do meu post, ele me ligou, dizendo: “Fiz
besteira, mas já estou voltando p casa!”
Eu disse para vir sem demora, pq iria ligar p meu pai! 30 min depois liguei, ele disse q estava a
caminho....1hr depois liguei, disse q tinha batido o carro em um motoqueiro,
mas já tinha resolvido, 1hr e 20 depois, liguei de novo e me disse q estava por
perto “dando um tempo, p pira passar” mas q já vinha. Nessa hora chegou o tio dele
na casa da minha sogra, q mora no msm terreno q nós, quem ainda ñ voltamos a
falar por motivo da briga mencionada no meu penúltimo post, fiquei com medo de
q o visse desse jeito, sai de casa e liguei p ele ir me encontrar na esquina.
Lá fiquei com a bebê por 30 min. Desisti, fui no mercado, que fica no outro
lado da rua, e qdo estava voltando p casa o vi parado lá em frente de casa,
dentro do carro.
Respirei um pouco, depois dessas horas aflita, pelo menos ele
ñ tinha deixado o nosso carro na boca e tinha voltado. Na ilusão de q se
recolheria p dentro e ficasse “de boa”. Mas isso ñ aconteceu, era inicio de
mais um terrível episódio. Ele ainda estava sobre efeito da droga, isso é a
coisa mais horrível q eu já vi na minha vida, a pessoa q eu amo totalmente fora
de si, sem controle, sem brilho no olhar, totalmente “oco”, ele ñ fica
violento, mas faz de tudo p conseguir droga novamente e ñ pensa nas consequências
q pode trazer. Eu mais uma vez tentei impedir, ele queria o cartão dele q
estava comigo, eu enrolei por uns 40 min p ver se o efeito passava e voltasse
em sua consciência e desistisse. Mas não. Ele até desistiu do cartão pq eu
disse q tinha jogado fora, mas pegou seu skate e a furadeira e disse q voltaria
lá p “pagar” oq devia aos traficantes. Eu ñ queria q saísse, na discussão a
bebê começou a chorar, eu a dei nos braços dele e implorei p q ficasse, mas ele
a largou de qualquer jeito chorando na cama e saiu, fui atrás, e me arrependo
mto de ter ido e ter exposto minha filha dessa maneira, mas ñ pensei mto na
hora, entrei com ele dentro do carro dizendo q ñ iria a lugar algum sem nós,
ele saiu msm assim, e parou o carro a umas quadras da “boca”, desceu do carro e
correu...
Eu ñ conseguia me controlar e chorava mto, fui até a boca e
falei com traficante, eles ficam na frente de um bar na periferia aqui perto,
disse pelo amor de Deus ñ vender droga ao meu marido, ele olhou p mim e
respondeu: “ Se eu ñ vender, outros venderão!” Eu insisti, ai ele falou q pela
bebê ñ venderia. Ñ acreditei, lógico, mas minha intenção era msm de “queimar a
cara dele ali. Eu fui embora, eles ficaram ali rindo de mim!
Liguei p meu pai aos prantos, eu precisava de apoio, eu
estava desesperada achando q ele voltaria e levaria tdo q temos em casa. Então
q meu pai se encontrou comigo no portão da minha casa, ele estava decepcionado,
e minha mãe com pena. Disse q ñ sabia oq dizer, depositou confiança nele nos
apoiou e ainda continuava “fazendo cagada”. Meus irmãos tbm estavam junto, foi
qdo dei falta da minha chave, achei q havia deixado dentro da minha casa, na
hora q sai nem pensei nisso de tão nervosa q eu estava, sabia q ele tinha a
dele. Droga! A bebê estava chorando de fome e eu ñ conseguia entrar em casa, a
porta da minha casa estava aberta, mas o portão estava chaveado. Minha sogra
estava em casa, mas ñ tive coragem de pedir p q abrisse, depois de tudo q
aconteceu, acho q iria rir da minha cara. Acho msm q ela estava torcendo p ele
recair e dizer: ”Viu, eu ñ disse!”
Meus pais levaram a Julia p casa deles, eu fui com meus
irmãos atrás do meu marido p ver se conseguia pegar a chave p entrar em casa,
rodamos a periferia atrás dele, poxa fiquei com vergonha dos meus irmãos pela
situação em q coloquei eles. Sem êxito em encontra-lo tentei ligar, o cel até
chegou a tocar, mas ele desligou.
Voltei p minha casa, e lembrei q tem um buraco no telhado do
barracão ao lado que daria acesso a porta da minha casa, meu irmão escalou o
muro e pulou p dentro, se machucou na queda. Mas conseguiu entrar, porém,
procurou a chave por todo lugar mas ñ encontrou. A minha chave tbm havia ficado
com ele. Fiquei indignada. Agora meu irmão estava dentro da minha casa sem
conseguir sair. Tive a idéia de mandar o meu outro irmão William bater no
portão com intuito de chamar minha sogra e ela abrir o portão p nós, em vão.
Ela ñ atendeu, nessas alturas já sabia oq estava acontecendo. Mesmo assim meu
irmão q estava lá dentro chamou ela e pediu p q abrisse o portão, mas ñ
abriu!!! Quando vi q ñ havia jeito e eu ñ queria deixar minha casa sozinha e ir
p minha mãe, escalei o muro e com a ajuda do Mattheus, pulei pelo telhado. Ele
conseguiu
sair depois, mas foi difícil.
Existem msm pessoas “tranca ruas” q ñ são capazes de deixar
de lado o orgulho e ajudar qdo se precisa. E minha sogra infelizmente é assim.
Lá por 23:00 ele me ligou, eu ñ chinguei dessa vez, ouvi.
Ele disse q estava inconsolado voltando a pé p casa do centro, q fica há uns 10
km. Arrependido e dizendo q ñ sabe como se deixou levar. Me bateu um alivio, pq
nessas horas eu sei q ele “voltou” em sua consciência e ñ usuária mais por
hora. Eu estava sozinha em casa, com saudade da minha pequena q ficou com minha
mãe e as horas se arrastavam p passar. Ás 00:20 ele chegou, abatido,
arrependido, desolado.....Eu apenas disse q oq ele conseguiria com as drogas
era nos separar, destruir nosso lar e nossa família, ñ conseguiria terminar
seus estudos e acabaria na rua da amargura. Qdo ele foi até o berço e ñ
encontrou nosso bebê, ficou mto triste, perguntou por ela, e eu disse q estava
sem a chave p entrar por isso meus pais a levaram. Inconsolado, ligou p meu pai
e pediu desculpas por ter recaído, q estava indo bem mas algumas atitudes o
levaram a usar de novo, uma delas foi voltar a beber.
Ai vem as promessas......Que vai parar de beber, vai
frequentar a igreja pq precisa ter mais fé, q vai levar mais a serio o NA e seu
tratamento. Nesse momento ele reconhece seus erros e assume sua impotência perante
a droga. Me agradeceu por eu ñ ter dado o cartão qdo pediu pq os danos seriam
maiores. Eu, como toda co-dependente, acredito, vejo q o DQ é na verdade duas
pessoas, um usuário e o outro é ele msm, meu marido. Uma pessoa inteligente,
fiel, meu companheiro, um ótimo pai, trabalhador, alguém que tem sonhos e corre
atrás para realiza-los, se preocupa com nossa filha e nosso lar, me ajuda nos
afazeres domésticos, me faz rir com suas brincadeiras... qualidades essas q vão
todas pelo ralo qdo usa droga.
No domingo, acordamos cedo, 7:40 am, ele queria ir buscar a bebê,
eu disse q ñ iria comigo, só eu ia busca-la, ele foi até a pani comprou pão e
fez o café, preparou a mesa p nós dois, mas eu sai sem comer. Ele estava
realmente mto triste e pediu p irmos na missa. Cheguei na mãe e peguei a Julia, abracei ela, me emocionei qdo a vi
feliz no bercinho da vovó. Minha mãe lamentou mas tanto ela como meu pai
disseram q eu escolheria, se fosse seguir com ele estariam do nosso lado. Eles
gostam mto dele, reconhecem suas qualidades e sabem do seu problema. Ainda bem
q tenho eles p me dar força e me permitem escolher o meu caminho. Eles o chamaram
p almoçar lá e conversar.
Nesse meio tempo, a minha sogra, já sabendo do ocorrido, se
aproveitou da situação foi falar com ele, como eu ñ estava, disse q nós havíamos
o abandonado, onde estávamos qdo mais precisava!¿ Oq era mentira. Ela queria se
aproveitar da sua fraqueza, ele por sua vez acatou tudo, por estar nessas
condições, recaído, perde sua razão seus princípios!
Eu fiquei louca da vida por ela se meter, parece uma cobra
esperando p dar o bote!
Ora, onde estamos¿¿ Bem aqui, tentando corrigir a gde merda
q ela fez na vida dele! Ele era um menino inteligente, cheio de sonhos, só
precisava ser instruído! Ele precisava de uma mãe q apontasse o caminho a
seguir!
Fomos na missa e depois de mta insistência consegui
convence-lo e leva-lo até a casa dos meus pais. Minha mãe o recebeu com um
abraço de amparo e meu pai teve uma conversa com ele querendo saber oq houve e
o pq dessa recaída repentina. Deu uns puxões de orelha e fez aposta pra q ele ñ
recaísse mais.
Ainda consegui “salvar” o dia em meio as trevas, fazia um
domingo de sol então fomos na feira do parque com a Julia, minha mãe e minha
tia. Claro com o coração partido, mas pela minha família! Penso no q seria se
nos separássemos, qto perderíamos, ele mais q eu com certeza, mas nossa filha ñ
teria um pai presente, nossa família ficaria incompleta, iriamos perder a nossa
casa q tanto batalhamos p conseguir.
Eu luto, por amor, pela minha família, pelo nosso lar, pela
felicidade da minha filha. Enquanto ele quiser parar, enquanto ele estiver
disposto a mudar, a aceitar sua adicção e o tratamento, estarei contigo!
“Eu
seguro a minha mão na sua, Uno meu
coração ao seu, para que juntos possamos fazer aquilo que sozinho
não consigo.”
Amor e fé!!!!