sexta-feira, 4 de maio de 2012

Vivendo e Aprendendo




Ás vezes queremos tanto que um ente querido se recupere, colaboramos tanto com seu tratamento que esquecemos de si mesmos. Vivemos se precavendo, tomando cuidados, como se eles fossem de cristal e qualquer coisa pudesse quebrá-lo! Estou traumatizada com o último episódio (recaída) e a partir daí eu não consigo mais deixá-lo sozinho, quero ficar com ele todo tempo que tenha vago. Tenho medo de sair, chegar em casa e encontrá-lo naquele estado. Sinto medo de me descuidar por um dia dar notar falta dos nossos bens materiais que conseguimos com tanto esforço. Sinto medo de perdê-lo. MEDO. 

Isso me sufoca, me prende, me impede de ter vida própria. Já não sei mais o que é liberdade, confiança! Não sei mais do que eu gosto de fazer. Sinto saudades de quando podia ir e vir sem me preocupar com ninguém. Estou angustiada, por dentro grito, ás vezes eu acho que vou enlouquecer...

Isso se chama CO-DEPENDENCIA! Sim.

Quero um dia poder confiar nele novamente, me sentir segura, vê-lo feliz. Meu único pedido é que ele fique longe das drogas para que possamos viver em paz, em harmonia. Construir nosso lar, nossa família e ter tempo e dedicação para nossa filha que está chegando.

Será que isso vai ser possível?

Encontrei um artigo bem interessante que fala sobre o amor doentio e o amor-próprio, mto bom para refletir! Vale à pena ler:

 “O sentimento que leva alguém a considerar a pessoa amada como um meio para obter a própria felicidade é o amor-apego. O amor verdadeiro é aquele que liberta. O amor-apego tolhe e restringe a liberdade da pessoa amada. Quem ama de verdade sente alegria em dedicar-se à pessoa amada e não em fazer com que ela lhe sirva para atender às suas vontades. Devemos proporcionar à pessoa amada a liberdade de agir. Certa senhora, por quem tenho grande respeito, disse: “Eu amo meu filho, e por isso mesmo jamais penso em moldá-lo segundo a minha preferência. As mães, que amam os filhos, querem criá-los de acordo com as próprias preferências. Após lutar durante muito tempo contra essa tentação, finalmente alcancei o estado espiritual de desprendimento e tornei-me capaz de deixar meu filho seguir livremente o próprio rumo, da mesma forma que uma pessoa que solta a pipa, ao sentir que ela está puxando, dá-lhe mais linha para poder subir mais. Quando passei a agir desse modo, meu filho deixou de ser rebelde e se reconciliou comigo”.
Toda situação negativa ocorre como reação aos tolhimentos, às restrições. Esta vida, em seu aspecto natural, é perfeita. A superfície da água é plana enquanto não sopra o vento. As águas se encrespam quando o vento exerce ação sobre elas. Se você ama alguém, não tente moldá-lo e fazê-lo agir conforme a sua vontade. Deixe-o seguir o próprio caminho, da forma que ele quiser. Proporcione-lhe a verdadeira liberdade. Talvez ele tropece algumas vezes no começo, mas aprenderá com tentativas. E logo terminará o período de aprendizagem. Quando isso acontecer, com certeza você descobrirá que ele se tornou um grande colaborador seu e constatará que ele o ajuda de boa vontade no seu trabalho, aplicando o método que ele escolheu, e faz isso de modo mais perfeito do que você havia planejado.
Aquele a quem você proporciona a liberdade retorna espontaneamente e passa a ser um verdadeiro amigo e colaborador. Quando você nada exige do outro e lhe proporciona a liberdade para buscar a própria felicidade, ele consegue o auto-aperfeiçoamento, volta para junto de você e nunca mais se afastará. Nesse caso, você nada exigiu dele. O amor deve ser doação ilimitada. O “amor que exige” é imitação de amor, não é o amor verdadeiro. Da imitação de amor não é possível obter amigos verdadeiros. Somente o amor verdadeiro traz amigos verdadeiros.”

Do livro Kōfuku Seikatsuron (ainda não editado em português; tít. prov.: Teoria sobre a Vida Feliz), pp. 23- 25

2 comentários:

  1. Excelente texto, é bem isso mesmo, esse amor-apego foi muito bem retratado nesse texto.
    Quanto a você, por favor, não permita que a Co faça com que você abandone você mesma, por vc, e por sua família! Beijos

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  2. Faço minhas as palavras da nossa companheira, Giulliana.
    Eu me vi na sua descrição antes do texto... era exatamente o que eu sentia quando eu o deixava por poucos minutos ou poucas horas, quando tinha que fazer alguma coisa longe dele. O pensamento, o medo dele usar não me abandonava por nem um segundo sequer, e de que adiantou? De nada... É triste. É frustrante pensar que não conseguimos.
    Sabe, Francielle, no fundo eu sinto que minha história com ele ainda não acabou. Se for verdade a informação que obtive hoje, de que a mãe dele o interditou legalmente (por ser maior de idade) e o internou à força, talvez, se quando ele voltar se mostrar decidido, de verdade, à se recuperar, talvez eu dê mais uma chance pra nós dois.
    Eu o amo tanto que chega a doer por dentro. Já me separei dele várias vezes e voltei, mas dessa vez fui firme e nem o celular eu deixo ligado há meses, pra mostrar a ele que vai me perder mesmo se não mudar de vida.
    Estou torcendo pra essa noticia ser verdadeira, porque ai vou tentar sair dessa fossa em que caí e tratar a minha codependencia. Quem sabe ainda poderemos ter uma chance?!...
    Estou orando por vc e pelo seu marido... e pela nova vida que chegará em sua família.
    Conte comigo sempre!
    Abraços,
    Maya

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